Morta há duzentos anos, Leonor da Fonseca Pimentel continua na memória contemporânea como exemplo de autonomia e solidariedade, tanto mais notável por a sua vida ter sido extraordinariamente acentuada pelo trágico. Quase desconhecida entre nós, a «Portuguesa de Nápoles», como também é chamada, figura no tristíssimo Panteón di Martiri della Libertà, em Nápoles, ao lado dos companheiros revolucionários de 1797.
Mas Leonor da Fonseca Pimentel não encarna, apenas, a figura de heroína nacional cujo fervor revolucionário se nutria da lata consciência de adesão à causa eleita e cuja actividade se pautava pela coerência para com os princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Também espantam o vigor da trabalho intelectual, a sensibilidade literária, o entusiamo jornalístico e a lucidez com que, numa época de tão desvairadas paixões políticas – a da Europa pós-Revolução Francesa –, soube sempre manter-se equidistante quer do despotismo absolutista quer do radicalismo jacobino.
Ficha técnica
Coordenação
Teresa Santos
Sara Marques Pereira
Editora
Livros Horizonte
Ano
2001
ISBN
9789722411639